Ainda não estamos no Natal. Vivemos, antes, um tempo de Advento. Vivêmo-lo de acordo com a sua espiritualidade: numa alegria expectante e vigilante, imbuídos de uma esperança que se renova por esta altura, cheios de um certo impulso de pobreza que nos faz pensar nos fracos mais vezes do que é habitual, e ambicionando a conversão ou a reconversação aos valores dos quais temos consciência de que nos afastámos. Invadimos, estranhamente, capelas e igrejas na busca de um som ou de um cheiro ou de uma atmosfera nova, e procuramos o conforto de um abraço e o aconchego de uma carícia. Queremos transmiti-lo aos que nos são mais queridos.
Nada disto carece de explicações acrescidas: acontece , simplesmente. Não será assim?
A proposta musical de hoje vem a reboque da disponibilidade - que eu pressinto - que todos temos, nesta época, para acolhê-lha. E acolhê-la é também acolher o génio, na sua essência, intemporal e, por isso, divino.
Embora sejam delícias que cabem no ínfimo espaço que separa os dentes, estes dois corais de Bach, são, até por isso mesmo, caminho seguro para um prazer sempre redescoberto e inacabado.
Concerto FCG
Há 1 dia
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