domingo, 30 de março de 2008

e ela a dar-lhe com o Eric Clapton...

Tive um sonho. O que me resta da memória desse sonho é o que retive dessa fracção de tempo em que acordamos e o sonho parece ainda decorrer. Passo a explicá-lo : estava sentado num banco corrido, de madeira, envolto na sombra feita por uns quantos carvalhos cujas bolotas, espalhadas aos meus pés, eram o sinal de que, assim a sorte o permitisse, talvez eu pudesse testemunhar a aproximação de um esquilo em busca de alimentos. Estava só e folheava três livros em busca de passagens neles descritas que, de alguma maneira, me sintonizassem com a solidão e a natureza que , com prazer, busco frequentemente. Num repente, por detrás da folhagem sinto que se fixam em mim uns olhos amendoados e doces, cúmplices , como se eu fosse um velho conhecido. Não era um ser misógino, um espectro difuso ou da mitologia. Tinha formas de mulher e vestia até calças justas, de fazenda cinzenta e a camisa, curta, descobria-lhe o baixo ventre e uma pequena tatuagem do lado do apendice na qual estavam, em rosa, as letras do meu nome. Como um sonho, arbitrário, nos informa apenas daquilo que quer, percebi que foi intenção do sonho que eu identificasse Vanessa naquela visão , tão nítida quanto imprevista. Era Vanessa, sim, a mesma que me interpela, misteriosa, aqui no blog, propondo, alterando, criticando e me escreve dando dicas para entradas, expondo paixões, traindo , aqui e ali, a sua tendência - que todos temos - de caír nessa forma de apaixonamento que é a obsessão.
Foi-se a Vanessa, logo, como apareceu, por detrás da folhagem, envolta em fumos e também num odor bom que já não consigo recordar. Acordei , sereno, e desse acordar guardo a ausência de tensão erótica , apenas uma vontade de retomar o sono sem procurar outro alívio que não o da paz dos Anjos.
Mas a Vanessa, anda no éter e , presumo, algures no mundo, chorando e rindo e sonhando. E contacta-me, amiúde. como agora. Admiradora incondicional de Eric Capton deixou-me a informação de uma efeméride e um nova versão de Layla para partilha com os leitores do Algeroz!. Concedo-lhe esse desejo e espero que não se fique apenas pelas sugestões mas passe a intervir mais, polemizando o pormenor, a desatenção e lançando imperceptíveis sementes de intriga como só as mulheres sabem fazer.
Efeméride: Eric Clapton faz hoje, dia 30 de Março de 2008, 63 anos.
Canção : Layla, em dueto e em versão acústica, com Mark Knoffler.

5 comentários:

ana v. disse...

Engraçado, Miguel, estive mesmo para pôr esta Layla com o Mark Knopfler a assinalar o dia de anos do Eric Clapton (que um "Vanesso", igualmente obcecado, me recomendou não esquecer...). Acabei por pôr antes aquela canção do James Taylor, que adoro, e que é ainda melhor na versão do Clapton.
Beijinho

miguel disse...

Ana: acho que temos uma Vanessa em comum. Mas olha. sei mais dela do que aqui dou a entender. Tem uma cultura vastíssima, houve música às toneladas e é uma leitora assídua e silenciosa do meu, do teu e de outros blogues. E nem queiras saber os elogios que me dizem que ela faz a à maneira como tu e outros escrevem...

ana v. disse...

Pois é, Miguel, parece que temos mesmo. Só que a mim não me aparece em sonhos, com o meu nome tatuado na barriga...
Beijo

Anónimo disse...

WOW!
Layla é prara mim, o supra-sumo, a quintessência de Eric Clapton.
E mais, a história que há por trás desa canção....;-))
Hmmmm.
Um abraço, e só ao retirar-me peço a licença da visita.
Coisa de brasileiro, no caso, brasileira;-)

miguel disse...

História essa que já foi referida por aqui! e que bom tê-la comentando, no aLgeroz!, Meg.

Um abraço