sexta-feira, 14 de março de 2008

aforismos de algeroz (VII)

Nós, os humanos de sorte que vivemos em sociedades democráticas, continuamos a estar muito mais atentos à defesa dos nossos direitos do que à defesa dos nossos deveres.

5 comentários:

Mário disse...

Pois a questão é se o conforto e a afluência, das sociedades ditas "mais desenvolvidas", que efectivamente são, num grande ror de coisas, muito desenvolvidas (como no que se pode considerar o estatuto da Humanidade enquanto dignificação), não conduz também a um egoísmo e hedonismo capazes de as destruir a prazo.

Não se trata da visão maniqueísta de um missionário paupérrimo em frente a negros esquálidos versus um patrão gordo e capitalista a acender charutos em notas de quinhentos euros, mas da evolução natural dos chamados "direitos adquiridos".

Nas sociedades europeias, mesmo os "desfavorecidos, explorados e ofendidos" reclamam os seus direitos mais do que os deveres. O vendedor ambulante não pensa em pagar impostos, tanto como o capitalista que coloca o dinheiro nos fundos accionistas das Ilhas Caimão. O homem que rouba um carrinho do supermercado para transportar o cartão que tira à noite dos contentores não admite que o dono do super possa ficar abespinhado por ser defraudado.

Mas os restos da comida da pastelaria vão para o saco do lixo enquanto os pedintes mostram as chagas (ou os seus bebés) e apontam-nas como armas aos automobilistas parados nos semáforos ou aos transeuntes que apenas desejam tomar uma bica para intervalar um dia de trabalho de cão.

Meu Caro Miguel: será possível inventar "o Homem novo"? Continuo a acreditar na utopia, e a desejar viver com a cabeça na Lua e os pés na Terra, mas há coisas que não consigo explicar porque formam um paradoxo e fazem a quadratura do círculo.

Dizendo isto, também declaro que prefiro a sociedade onde tudo é permitido excepto algumas coisas, à que tudo proíbe excepto algumas coisas, e que prefiro a que deixa um assassino à solta do que a que mete um inocente na cadeia.

Abraços e desculpa a verborreia.

Mário disse...

Pois a questão é se o conforto e a afluência, das sociedades ditas "mais desenvolvidas", que efectivamente são, num grande ror de coisas, muito desenvolvidas (como no que se pode considerar o estatuto da Humanidade enquanto dignificação), não conduz também a um egoísmo e hedonismo capazes de as destruir a prazo.

Não se trata da visão maniqueísta de um missionário paupérrimo em frente a negros esquálidos versus um patrão gordo e capitalista a acender charutos em notas de quinhentos euros, mas da evolução natural dos chamados "direitos adquiridos".

Nas sociedades europeias, mesmo os "desfavorecidos, explorados e ofendidos" reclamam os seus direitos mais do que os deveres. O vendedor ambulante não pensa em pagar impostos, tanto como o capitalista que coloca o dinheiro nos fundos accionistas das Ilhas Caimão. O homem que rouba um carrinho do supermercado para transportar o cartão que tira à noite dos contentores não admite que o dono do super possa ficar abespinhado por ser defraudado.

Mas os restos da comida da pastelaria vão para o saco do lixo enquanto os pedintes mostram as chagas (ou os seus bebés) e apontam-nas como armas aos automobilistas parados nos semáforos ou aos transeuntes que apenas desejam tomar uma bica para intervalar um dia de trabalho de cão.

Meu Caro Miguel: será possível inventar "o Homem novo"? Continuo a acreditar na utopia, e a desejar viver com a cabeça na Lua e os pés na Terra, mas há coisas que não consigo explicar porque formam um paradoxo e fazem a quadratura do círculo.

Dizendo isto, também declaro que prefiro a sociedade onde tudo é permitido excepto algumas coisas, à que tudo proíbe excepto algumas coisas, e que prefiro a que deixa um assassino à solta do que a que mete um inocente na cadeia.

Abraços e desculpa a verborreia.

Mário disse...

Miguel.
Saiu o comentário duas vezes. Tira um.
Sei que sou eloquente, mas não exageremos!!!!!

miguel disse...

Não tiro o comentário, porque não sei como tirar e porque o que tem interesse, repetido, fica com interesse a dobrar.

Tenho-me tornado optimista com a idade. Acho que vou ser um velho muito optimista.E acho que estamos todos à espera do optimismo uns dos outros. O homem novo, não digo que o consigamos criar mas penso, que, pé ante pé, vão sendo lançadas as bases de uma sociedade qualitativamente muito mais avançada...pelo menos nesta nossa casa europeia de que me orgulho de pertencer e que, espero, se vá alargando até ao outro lado do mundo ( já vamos na Turquia).Seria um belíssimo sinal.

Mário disse...

Eu também não sei tirar, mas depois não te queixes se perderes leitores...

Sem ser demagogo ou ingénuo, acredito como tu na parte boa da condição humana, e que o Bem vencerá o Mal, depois de uma luta sem tréguas e sem compromissos éticos.

O mundo está melhor. Definitivamente melhor. Em todos os aspectos. e para os que não acreditam, recomendo uma viagenzinha à Idade Média, nem é preciso ir mais longe. Ou ao início do século XX em Portugal.

Bom Domingo