Passa-se comigo um fenómeno à escala pessoal ( por isso de ínfimo impacto na problemática mundial ) mas que passo a explicar: desde que iniciei a saga diária do meu "Algeroz!" leio muito menos blogues do que aqueles - muitos - que lia e concentro-me quase exclusivamente na leitura dos blogues dos amigos - aqueles para quem eu faço uma hiperligação na coluna da direita. Assim, o que perco em abrangência de propostas e sensibilidades, vou ganhando em acréscimo de ligação afectiva a um conjunto de pessoas que escrevem, diga-se de passagem, todas elas muito bem, que é, aliás, a primeirissima condição para eu me apegar a um blogue. Encaro hoje a blogosfera numa dimensão mais intimista do que a encarava antes, sem o querer.
É por isso que dedico esta reposição de uma canção do EROS ( desta vez ao vivo e a cores ) a uma amiga - quase - virtual e a um amigo ainda mais virtual , de cujo nome e algumas características pessoais tomei conhecimento recentemente através dos testemunhos de amigos comuns. Eles vivem juntos, estão longe fisicamente, reencontrar-se- ão, tanto quanto sei, em breve e têm o seu poiso nas margens de um delta longínquo e , para mim, inacessível do qual constroiem a vida e no qual, imagino, convivem diariamente com a vida toda, onde o luar será mais branco reflectido na água e nos pântanos; o verde terá tantos tons quantos os imaginados e não imaginados; e, à falta de pessoas, mil e uma outras espécies de seres vivos tecem um quotidiano sempre renovado.
A canção , na sua piroseira, tem uma mensagenzinha que recomenda força nessa saga, por vezes complicada, que é viver. Que a cantem a solo ou a duo, e também a cantem nas margens do rio, à laia de sermão, aos peixinhos e aos mariscos para que eles ganhem um impulso reprodutor que vos deixe descansados e se transformem numa quantidade tal que comecem a invadir o oceano e assim vão construindo uma ponte entre esse horizonte e esta margem europeia na qual vocês, seguramente, repousam muitas vezes o pensamento.
Eis, então, o Eros, sempre cheio de maneirismos e careca tapada, mas com o estilo que arrasta multidões!
4 comentários:
Ai Miguel, assim derreto-me!
Que delícia de música, que delícia de post, que delícia de palavras, principalmente estas, as palavras, melhores que tudo o resto e que me foram direitinhas ao coração!
Acontece comigo exactamente o que acontece contigo, em relação a blogs. Leio-os porque são de amigos e por isso mesmo me encanta lê-los. Ler um blog de um amigo é como receber uma carta dele todos os dias. Uma carta pública, é certo, mas também escrita para mim.
Porquê esta empatia entre nós, que nos conhecemos mal e porcamente, que nos vimos por meia hora no meio de uma data de gente que não me largava (ser emigrante tem as suas vantagens...)?
És um querido. Aliás, vocês dois são um doce. E não digo isto por referências externas (mentira, que há várias), mas pelo que leio aqui, sempre.
Quando eu voltar definitivamente, havemos de fazer umas belas jantaradas. Com blog, sem blog, haverá lugar a conversas cara a cara. Que isto dos blogs é muito bom para conhecer o cérebro, mas falta-me o brilho dos olhos e a largura do sorriso, indispensável para conhecer o coração.
1000 beijinhos para ti e para a tua baguette!
PS - Penso e repenso se deixo isto ficar como está. Este comentário parece-me quase uma declaração de amor! Mas não é, obviamente. É só o ricochete esperado de um post que me foi direitinho ao coração.
MAS ESPERA!!!!! Será que a Mad me confundiu com o Nanel???? Se assim fôr, ó Manel , a Madalena tem-te em muitissima boa conta!!! :)
É que, Mad, eu só te vi em pequena e tu, creio que nunca me viste!!!E depois tenho a minha baguette ,sim, mas a verdadeira "baguette" éa do outro, que foi à Azambuja!!!!!
De qualquer modo gostaste da entrada e isso é que é bom.
Que parvoíce, tens carradas de razão! Estou a ficar velha...
De qualquer modo, tudo se aplica, a não ser a parte da tal meia-hora na Azambuja. E a culpa é tua, que me descreves como "quase" virtual. Mas não interessa, assino embaixo à mesma, confusão de narizes à parte. Até porque vocês dois se confundem, Manel/Miguel.
LOOOOL!
LOLADA! Estava a minha cabeça a divagar tranquilamente sobre o que a Mad escreveu (Porquê esta empatia entre nós, que nos conhecemos mal e porcamente...?) e a perscrutar os laços que a blogosfera me trouxe, quando, lendo para a frente, me apercebi da confusão. Desatei-me logo a rir.
Desatei, porque é como dizes, Mad: tirando a parte da Azambuja, o resto aplica-se na perfeição. É que o Miguel e o Manel são em tudo diferentes e em tudo parecidos. Diferentes no físico, no estilo, no tom. Parecidos na sonoridade dos nomes, na sorte que é tê-los por amigos, na acutilância e fineza enquanto observadores, no humor, no facto de andarem por estes mundos virtuais, no facto de merecerem que os conheçamos na vida real.
Ah, e tens toda a razão, Mad, quanto ao brilho dos olhos e à largura do sorriso. É bom pôr cara, corpo e voz a quem começa por cativar-nos nestas cartas abertas que são os blogues. E ainda mais se houver queijadas e sopa de couve-flor... ;)
Beijinho para a senhora, abraços aos dois senhores.
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