Estamos rodeados de gente por todos os lados mesmo quando procuramos refúgio na solidão do silêncio tenebroso das pedras. Que seria de cada um de nós sem o outro? Existiriamos? Somos aquilo que os outros dizem que nós somos. Fazemos ou não fazemos o quotidiano que os outros nos ensinaram. Haverá o eu sem o tu? Haverá humana tarefa que não se conjuge , de algum modo, no nós? Não serão o apelo do mar e a nostalgia da terra a metáfora do chamamento que fazemos ao outro, ausente, para que venha ao nosso encontro , renovado e puro?
Há gente extraordinária; porventura toda a gente. É no olhar que diariamente por nós lançado aos outros que a resposta é dada: eles são aquilo - extraordinário - que nós, neles, somos capazes de ver e vendo, querer : e querer implica o esforço e a vontade do olhar.
Os presuntos implicados ( intérpretes desta bonita gente ) passam a estar na galeria dos favoritos deste bloguista que não gosta de fronteiras, ainda por cima, edificadas por irmãos . Por esta e por outras, , vai dizendo , como o Pedro, que se sente também como gente da 18º comunidade autónoma.
6 comentários:
Gosto dessa tua costela espanhola! Também dás presentes nos reis, como nós?
Engraçada esta tua reflexão sobre a gente Gosto especialmente da frase: 'Não serão o apelo do mar e a nostalgia da terra a metáfora do chamamento que fazemos ao outro, ausente, para que venha ao nosso encontro , renovado e puro?' É assim que gosto de te ver escrever!
Não, não há um 'eu' sem um 'tu' e somos mais nós quando o somos com um outro! A vida é mais vida quando há um tu a quem sorrir, a quem amar e com quem viver! A solidão é dura, porque o Homem é só meia pessoa quando é sozinho! Não te parece?
Boa escolha musical!
Beijinhos ibéricos
Bem, o meu iberismo não chega ao extremo de dar presentes nos reis. Irra, seria demais. Depois disso, só a emigração para a terra de nuestros hermanos faria sentido!
Foi , (presumivelmente), através das vossas propostas que descobri estes presuntos (presumiveis), nada de confusões.
Os "presuntos" também são dos meus favoritos. Têm músicas lindas, pirosas ou não.
E não, não acho que possa existir um "eu" sem um "tu" que seja completo.
Bjs
Registo com agrado a tua adesão à 18.ª comunidade autónoma, Miguel... mas cuidado com a(s) reacção(ões), que não costuma(m) ser meiga(s)!
No que à gente diz respeito, adorei a sugestão musical e, mais ainda, o teres-me posto a pensar sobre solidão e companhia. Nunca fui de admirar eremitas, nem nos momentos em que a eles me possa ter assemelhado. Gosto de gostar e de ser gostado, de maneiras diferentes. Gosto dessa esquisitice a que chamam amar, do gostar em simbiose com o viver, de ouvir o meu "eu" a dizer "és tu".
Um abraço!
Pedro, digo-o com sinceridade. tu (mas também a Ana) fazem bons blogues. Mas acho que ainda fazem melhores comentários.Tu ( e também a ana) têm feito -pelo menos aqui - comentários que são peças literárias, de um rigor e qualidade notáveis. Porreiro.
Miguel, assim deixas-me sem palavras... desta vez não consigo dizer mais nada a não ser "Porreiro, pá!", como um célebre filósofo grego (ou será português?).
Beijinhos
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