terça-feira, 8 de janeiro de 2008

GENTE...a minha explicação

Estamos rodeados de gente por todos os lados mesmo quando procuramos refúgio na solidão do silêncio tenebroso das pedras. Que seria de cada um de nós sem o outro? Existiriamos? Somos aquilo que os outros dizem que nós somos. Fazemos ou não fazemos o quotidiano que os outros nos ensinaram. Haverá o eu sem o tu? Haverá humana tarefa que não se conjuge , de algum modo, no nós? Não serão o apelo do mar e a nostalgia da terra a metáfora do chamamento que fazemos ao outro, ausente, para que venha ao nosso encontro , renovado e puro?
Há gente extraordinária; porventura toda a gente. É no olhar que diariamente por nós lançado aos outros que a resposta é dada: eles são aquilo - extraordinário - que nós, neles, somos capazes de ver e vendo, querer : e querer implica o esforço e a vontade do olhar.
Os presuntos implicados ( intérpretes desta bonita gente ) passam a estar na galeria dos favoritos deste bloguista que não gosta de fronteiras, ainda por cima, edificadas por irmãos . Por esta e por outras, , vai dizendo , como o Pedro, que se sente também como gente da 18º comunidade autónoma.

6 comentários:

Sofia K. disse...

Gosto dessa tua costela espanhola! Também dás presentes nos reis, como nós?

Engraçada esta tua reflexão sobre a gente Gosto especialmente da frase: 'Não serão o apelo do mar e a nostalgia da terra a metáfora do chamamento que fazemos ao outro, ausente, para que venha ao nosso encontro , renovado e puro?' É assim que gosto de te ver escrever!

Não, não há um 'eu' sem um 'tu' e somos mais nós quando o somos com um outro! A vida é mais vida quando há um tu a quem sorrir, a quem amar e com quem viver! A solidão é dura, porque o Homem é só meia pessoa quando é sozinho! Não te parece?

Boa escolha musical!
Beijinhos ibéricos

miguel disse...

Bem, o meu iberismo não chega ao extremo de dar presentes nos reis. Irra, seria demais. Depois disso, só a emigração para a terra de nuestros hermanos faria sentido!

Foi , (presumivelmente), através das vossas propostas que descobri estes presuntos (presumiveis), nada de confusões.

ana v. disse...

Os "presuntos" também são dos meus favoritos. Têm músicas lindas, pirosas ou não.

E não, não acho que possa existir um "eu" sem um "tu" que seja completo.
Bjs

Huckleberry Friend disse...

Registo com agrado a tua adesão à 18.ª comunidade autónoma, Miguel... mas cuidado com a(s) reacção(ões), que não costuma(m) ser meiga(s)!

No que à gente diz respeito, adorei a sugestão musical e, mais ainda, o teres-me posto a pensar sobre solidão e companhia. Nunca fui de admirar eremitas, nem nos momentos em que a eles me possa ter assemelhado. Gosto de gostar e de ser gostado, de maneiras diferentes. Gosto dessa esquisitice a que chamam amar, do gostar em simbiose com o viver, de ouvir o meu "eu" a dizer "és tu".

Um abraço!

miguel disse...

Pedro, digo-o com sinceridade. tu (mas também a Ana) fazem bons blogues. Mas acho que ainda fazem melhores comentários.Tu ( e também a ana) têm feito -pelo menos aqui - comentários que são peças literárias, de um rigor e qualidade notáveis. Porreiro.

ana v. disse...

Miguel, assim deixas-me sem palavras... desta vez não consigo dizer mais nada a não ser "Porreiro, pá!", como um célebre filósofo grego (ou será português?).
Beijinhos