quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Pável


Estão-se a celebrar os 100 anos do nascimento de Francisco Paula de Oliveira (Pável), militante do PCP, sobre o qual eu pouco ou nada sabia. A talhe de foice da efeméride foram escritos alguns artigos e crónicas que me estimularam a vontade de saber mais sobre esta figura .

Deixo a transcrição de parte da entrada que, a propósito de Pável, foi feita por um bloguista cujos testemunhos - nada distanciados, aliás, em relação ao PCP - me habituei a respeitar. O título da entrada é " NÃO DEIXAR MORRER A MEMÓRIA, LEMBRAR PÁVEL" e começa assim:

"Já nos próximos dias 20 e 22 deste mês, evocando os cem anos passados desde o nascimento de Francisco Paula de Oliveira (Pável), vão realizar-se dois colóquios evocativos desta figura mítica, misteriosa e enorme de operário tornado intelectual esteta e de combatente comunista.

A Pável restou, no memorial do PCP (a quem deu o melhor da sua vida e de que foi dirigente máximo), o direito ao silêncio selectivo que lhe é prestado pelos Iejovs que gostam de cuspir desdém sobre os Zinovievs varridos pelos tiros na nuca disparados pela amnésia dos banquetes da dogmática servida na mesa deste Comité Central. E o que é, hoje, o CC do PCP, depurado até à santa unanimidade do pensamento único? - Uma salada "renovada" de arrivistas, fanáticos, sectários, funcionários e sindicalistas vitalícios, temperada pelo azeite e vinagre de uma liderança sombra de estalinistas serôdios (*) e que gerem um corpo respeitável de militantes socialmente generosos mas castrados politicamente de tudo aquilo que ultrapasse as tarefas e o cumprimento do calendário das lutas. Lutas estas, lutas e mais lutas até á revolução final, que sobretudo enfeitam os discursos anarco-sindicalistas de Jerónimo, que a marxismo nem sequer cheiram, mas a que o PCP adiciona, para completar o paradigma de dinossauro partidário, os cultos decrépitos pelos defuntos da URSS e pelas paranóias políticas dos comunismos degenerados e sobreviventes em Cuba, na China e na Coreia do Norte."

1 comentário:

Mário disse...

O revisionismo histórico sempre foi uma forma de as ditaduras e os ditadores encerrarem os dossiers incómodos.

Primeiro lançam a lama: traições, vida pessoal, desvios "capitalistas" - tudo serve. Depois o ataque e a depuração. Finalmente o branqueamento e o esquecimento.

Quando não, como foi o caso de João Pulido Valente e de Rui d´Espinay, o anúncio no Avante! da sua entrada em Portugal, com pormenores, sabendo que a PIDE o iria ler (porque sempre o confiscava), e assim poderia prendê-los, como o fez. Vinte anos de cadeia. João Pulido Valente ficou com uma tuberculose grave, que acabou por lhe dar uma morte prematura. Rui d´Espinay nem sequer foi autorizado a ir ao funeral da sua filha de 5 anos, quando esta morreu com uma leucemia. E o PCP chamava-lhes "renegados".

O PCP. Este PCP...