terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Timor...


Timor é um caso estranho. Muito estranho. Tem em si a luxúria do verde, dada de bandeja. Tem o mar, quase todo em volta, a convidar ao sonho.Tem o olhar suave das gentes e a vontade delas de ser livres e de aprender. Tem o sol e o luar. Visto de cima, parece um encanto, como se fora o paraíso. E tem a sabedoria da tradição , da luta e do convívio sereno com outros povos.


Mas se sabe o que é a adversidade, não reconhece o adversário em concreto: vê nele um inimigo.E mesmo neste, apenas vê uma árvore a abater como se estivera morta e desfeiasse a paisagem.
Timor parece perder-se a cada dia, mas nem por um momento me arrependo de ter vindo para a rua certo dia, o dia em que parei e que em parámos, para que o dia substituísse a longa noite timorense.

Tirado daqui , a lição de um poema tradicional , traduzido por Ruy Cinatti.

Nobres há muitos. É verdade.Verdade.
Homens muitos. É muito verdade.
Verdade que com um lenço velho
As nossas mãos foram enlaçadas.

Nós, como aliados eu digo.
Panos, só um, tal qual afirmo.
A lua ilumina o meu feitio.
O sol ilumina o aliado.

Água de Héler! Pelo vaso sagrado!
Nunca esqueça isto o aliado.
Juntos, combater, eu quero!
Com o aliado, derrotar, eu quero!

A lua ilumina o meu feitio.
O sol ilumina o aliado.
Poderemos, talvez, ser derrotados
Ou combatidos, mas somente unidos.

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