Navego com frequência numa deriva machista. O machismo , aliás, pode ser adorável. Não me refiro, obviamente, ao machismo boçal, violento, apascentado pelo hábito de gerações e empedernido no lado mais negro daquilo a que se chama cultura.
Refiro-me ao machismo "divertido", o que radica no bilhete de identidade de géneros, exercitado por um deles e, bem lá no fundo, aceite com muita, muita condescendência pelo outro. É o tipo de machismo que cedo ou tarde emerge , algures num ponto do caminho que leva à maturidade mas que vai dando sinais, logo, nos bancos da escola mais pueril. Entendo a existência desta variante do machismo segundo o princípio de que não há estímulo sem reacção, sendo ele, obviamente, o elemento reactivo da lei.
Tudo isto a propósito de mais uma anedota que me foi enviado pelo Manel e que faz sorrir, até porque é assim a modos que um espectro de algo que já foi por demais visto ou sentido ou desejado, num momento ou num impulso.
Aí vai, e salvo seja:
Receita: Bacalhau com Broa
Ingredientes: Esposa, bacalhau, espinafres, broa de milho, azeite, alho, cebola, batata e sal. Modo de preparação: meta a esposa na cozinha com os ingredientes e feche a porta. Espere duas horas e seja servido.
Ingredientes: Esposa, bacalhau, espinafres, broa de milho, azeite, alho, cebola, batata e sal. Modo de preparação: meta a esposa na cozinha com os ingredientes e feche a porta. Espere duas horas e seja servido.
Bom apetite.
Nota do Editor : bom, a anedota, vendo bem, está a meio caminho entre o machismo boçal e o adorável mas é , apesarde tudo, editável.
8 comentários:
Estás a fazer alguma confusão aqui, Miguel: o machismo nunca é adorável. A não ser para os machistas, como é evidente.
Tudo o que dizes está certo, mas não é machismo que se chama. É sentido de humor. A anedota é mais do que editável: tem imensa graça!!
E os machistas, Deus nos dê paciência para eles, muito raramente a têm...
Beijinhos
Mas caramba, Ana: a anedota tem imensa graça mas é...machista. Ou não?
E Ana: se não fossem tu, a Sofia e o Pedro, provavelmente já não haveria blogue. Vocês são uns amores mas não só....são autores de comentários em que a maioria mereceria entrada.
Obrigado!
A anedota é machista, mas deve ter saído da cabeça de um desses raros machistas com massa cinzenta e sentido de humor. Também os há, conheço alguns. Mas esses não são os verdadeiros machistas, porque são muito menos praticantes do que se dizem...
E deixa-te de modéstias: nós não somos uns amores nem somos masoquistas, e se aparecemos por aqui é porque gostamos de ti e do teu algeroz. Ora essa!
Bjs
O Manel também me mandou essa e quase consigo imaginar o sorriso dele a ler o e-mail... não deve ter sido muito diferente do meu! Tem graça a anedota, apesar de machista, o que não tem graça nenhuma é o machismo e muito menos os machistas...
Estamos sempre aqui porque gostamos, não te parece! Agora apareço menos porque tenho menos tempo! E que o algeroz continue a escoar por muito tempo...
beijinhos
Miguel, tens toda a razão.
A anedota tem imensa graça, justamente por ser machista.
E já agora aqui fica o registo que se o machismo nunca é adorável a não ser para os machistas, também o feminismo nunca é adorável a não ser para as feministas. Como é evidente.
O Manuel Teixeira passou por aqui...
Até que enfim, Manel!
Passou por aqui e deixou mais uma provocaçãozinha... não é, Manel? Mas eu respondo-te: o feminismo tem muitas vertentes, desde a mais elementar justiça à histeria insuportável e cega. Considero-me uma feminista do 1º grupo. Já o machismo, que eu saiba, nem sequer tem imaginação para variar e é sempre indefensável. Mas serve para as anedotas, enfim...
beijinhos!
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