sábado, 24 de novembro de 2007

Justificação 3


Este blog foi baptizado várias vezes, mas só o penúltimo baptismo é que valeu. Isto porque o último foi um impulso de momento: o menino passar-se-ia a chamar “CÁLLATE !”. Mas pensei: nada do que aqui escreverei pretende ser prescritivo, como Juan Carlos, debalde, o quis ser com Hugo Chavez - bem antes pelo contrário. Aliás, a actualidade e a importância de uma página de qualquer diário tem o sortilégio de se ir esfumando na voragem da sucessão de páginas que se sucedem umas às outras. Ficam apenas dotadas de uma importância relativa, sempre disponíveis para aqueles que se dêem ao trabalho de relembrá-las, um dia.
Vejamos: um blog funciona , em parte, como o papel higiénico – vai-se desenrolando , mais e mais, na justa medida em que vai sendo utilizado. Mas não é biodegradável e pode até ser reutilizado, tantas vezes e de tantas formas como aquelas que se queiram, na solidão do mundo virtual.

“CÁLLATE” ligar-me-ia , por outro lado, à figura do Rei Espanhol. Não quero estar ligado a alguém que para mim é um enigma: ora me parece dotado de inteligência , ora me parece carente dela. Nem sei mesmo em que categoria destas hei-de classificar aquelae inolvidável momento do homem, se bem, que , pessoalmente, até por questão de feitio, eu o compreenda. Agiria, por certo, de igual maneira, mas com outro tom de voz e completando a missiva com o tradicional “car*´/*". Mas , por várias razões, não sou rei.

4 comentários:

Mário disse...

Oh, meu deus! Mas o Miguel justifica-se tanto.
Três vezes, Pedro negou, o galo cantou e o gato miou.
Três vezes os amantes beijaram-se, as lágrimas escorreram, os corpos se envolveram, e há quem diga que até o Mota Amaral foi um dia à Terceira.

Não te justifiques. Diz mesmo o nome que querias chamar ao Hugo: chavelho, chaveco, chavascal, chavelhodu - não te inibas!

Mário disse...

chavelhudo e não chavelhodu... scusi!

Huckleberry Friend disse...

Mota Amaral só pôde ir à Terceira por ser um homem de Ponta Delgada...

AntónioCarlos disse...

O que o Rei de Espanha disse foi:

"¿Por qué no te callas?", que no contexto significava aproximadamente:

"por que não párar de insultar um Espanhol/Espanha?"

O prescritivo "CALLATE !", NÃO PASSA DE TÍTULO DE JORNAL.