terça-feira, 30 de dezembro de 2008

noite de inverno - 29 de Dezembro de 2008


A noite no inverno é absurdamente longa. A culpa é da Terra e dos seus caprichos: aquela inclinação sobre o seu eixo, que se desenvolve, regularmente, a partir dos equinócios, é perfeitamente exagerada. Uma vezes sentimo-la mais do que outras.
Ontem, por exemplo - enquanto devorávamos um almoço tardio, feito de pão, queijo e paiola da serra - a penumbra caía já sobre o vale glaciar do Zêzere, bordejado pela alvura imensa da neve que caiu a bom cair nos últimos dias. Na encosta, o casario de Manteigas, lá para cima o frio intenso da Torre e o plano de tirar fotografias da torre de menagem do Castelo de Belmonte e iniciar as crianças à rota das judiarias da Serrada Estrela. Debalde.
Noite escura e fria às 17h00, potenciada pelo espectro claustrofóbico das encostas serranas. Entrada na fantástica A23 junto à vila de Belmonte com o recorte iluminado do castelo em fundo - a imagem possível de um encontro adiado. Guarda – Lisboa em menos que um suspiro e dois cigarrros e o prazer suplementar de viajar numa SCUT. Chegada a Lisboa a tempo de desfazer as malas e interagir com a família e também pensar propriamente em coisa nenhuma ou ler as edições da imprensa online.
A noite de inverno é absurdamente longa. O que vale é que pode ser sempre aproveitada.

3 comentários:

Anónimo disse...

Numa destas noites absurdamente longas, deixei o meu voto!

Orgulhosamente abaixo dos 30!

Precisamente entre 22 e 24.

Singela contribuição para o famoso Algeroz, que agora é concebido numa mesa montada pelo melhor dos marceneiros lusos ;-)

miguel disse...

Pois, JM, percebi que foi teu o voto nos 20-30.

E obrigado pela mesa e bom ano lá pela Ajuda - Arruda dos Vinhos!

Mário disse...

As noites de Inverno podems er "absurdamente longas", como serão os dias de Verão... mas pelo menos servem (entre muitas outras coisas, como estar no quentinho da cama com quem apetece e a fazer4 o que apetece), para o auitor deste Blogue ter escrito uma excelente "entrada", a que eu me atrevia a chamar mesmo de "prato principal" - como os enchidos e queijos de Belmonte.

Também eu estive sem net, a gozar a chuva, a guardar cavacos e a ler e ouvir música, tranquilamente, saboreando boa comida e boa bebida.
O fim do Ano passei-o com os meus filhos e netos, abraçados em "juras de eterno amor"...