sábado, 27 de setembro de 2008

baleal 2008 (II)




Esta entrada persegue objectivos diferenciados: fazer inveja; constituir-se como instrumento de criação de atitudes de espanto e admiração nos outros em relação ao autor da entrada; demonstrar o fosso que separa o nascimento dos projectos da sua concretização.

A mão que controla o manche da aeronave não é outra senão a minha própria mão. Isto é, por alguns momentos, naquela manhã de Agosto, algures num espaço de fronteira entre terra e mar, quem olhasse os céus teria a experiência única de ver uma máquina voadora controlada nos seus movimentos por aquele que escreve estas linhas.

Não foi sem constrangimento que decidi editar a fotografia: nela é evidente o contorno irregular da unha do meu polegar esquerdo, próprio de quem não sabe o que é um corta-unhas, antes de quem conjuga com frequência o verbo “roer”.

O botão encarnado, que encima o manche, uma vez premido, põe-nos em contacto com o controlo de tráfego aéreo. Pude comprová-lo. À esquerda, em baixo temos o transponder que se constitui como uma espécie de bilhete de identidade daquele voo, no caso, e se observarem atentamente, com o código 7000. Imaginem o que é levar com um F16 de frente sem sermos avisados. E temos os “switch´s” das luzes do avião: lá estão as “ strobo lights” ON – as “ strobo ligths “ são aquelas luzinhas intermitentes que se vêm a quilómetros de distância.

O avião é lindo com a sua generosa envergadura de asas. Tão generosa que o seu potencial de sustentação torna verdadeiramente difícil a aterragem fazendo com que o piloto tenha literalmente de o atirar para a pista. Anotem o seguinte: o difícil não é levantar voo mas fazer o avião pousar.

Por fim o Baleal tal como eu o vi: repleto de carros. A foto é como a metáfora da letargia do Baleal sem Carros.

3 comentários:

Anónimo disse...

BALEAL SEM CARROS. SEMPRE.

Manuel Teixeira

Mário disse...

Assim ao longe, até se poderia dizer que eram dinky toys.
Agora, que estou já fora da carroça, e que depois de ter visto o que vi nos últimos anos na gestão deste problema por parte do Arre-Burro, só posso dizer: "Baleal sem carros, SIM, Peniche e Ferrel sem políticos oportunistas e medíocres, TAMBÉM SIM".

As fotografias estão espantosas. Mas tu queres mesmo matar-nos pela inveja? É meramente uma provocação "reaccionária"? Será este homem um sádico? (obrigado pela partilha destas imagens incríveis...).

Felicidade? Estampada na Entrada, nas fotografias, no olhar do menino do século passado, que regressou ao homem deste século através do maior sonho de sempre: voar como os pássaros.

Mário disse...

Apenas uma adenda: o que diria o dr. Segismundo da primeira imagem?