quinta-feira, 25 de setembro de 2008

felicidade


O tema da felicidade seduz-me como poucos outros. Há gente que faz da sua divulgação, paixão e sustento. Agora é um espanhol, economista e ex-ministro, cujo nome já escapou à minha desgraçada memória, que, recentemente, lançou um livro em que aborda a felicidade a partir das representações que as pessoas fazem dela, trabalhando os números para, a partir deles, propôr caminhos que, trilhados, conduzam a um fundo o mais parecido possível com essa ideia muito vaga que é a felicidade. A construção de acessibilidades para uma abstração tão cheia de significações como é a felicidade parece-me bem mais complexa do que a fase de conclusão em que o último troço da lisboeta CRIL se encontra.

Da reportagem da TV, donde tomei conhecimento do livro e do espanhol retive a transcrição de um provérbio, daqueles que costumam estar escritos em peças de loiça que decoram as paredes das tabernas e dos cafés. Por sobre aquela loiça, algures, dizia assim:

“ A FELICICIDADE É A ÚNICA COISA QUE SE PODE SEMPRE DAR, MESMO QUE NÃO SE TENHA”

2 comentários:

Anónimo disse...

Verdadeiro e belíssimo provérbio, este que aqui referes.

Manel Teixeira

Mário disse...

Miguel
Tocaste num dos pontos principais da existência humana, pelo qual, afinal, vivemos: tentar ser felizes.

Pode-se perguntar quais os critérios, e eles serão necessariamente diferentes de pessoa para pessoa: fazer jogging às sete da manhã não será para mim, como sabes, um grande passaporte para ser feliz, mas para outros é.

Contudo, há factores atrás desses critérios que julgo serem comuns a praticamente todos: o ter, o ser e o amar.
E nestes capítulos encontram-se o ter casa, espaço, profissão, trabalho, emprego, conforto, etc. Ser e sentir-se como único, imprescindível, importante mas "pobre dos outros" e empáticos e solidários (para que não caiamos no narcisismo); amar, como sentirmo-nos parte de algo e de alguém, e partilharmos alguns valores da comunidade onde nos inserimos. Tudo isto com uma enorme dose de liberdade, mas de aceitação do outro, sem invadir ou desrespeitar o espaço íntimo, privado e nuclear do outro. E com confiança, sem deslealdade.

Não é fácil. E é por isso que a tua imagem e o teu provérbio ligam-se como as duas luvas do mesmo par: é um caminho que se faz, fazendo, com pessoas cujas sinusóides de percurso de vida se entrecruzam por mais ou menos tempo, mas que nos fortalecem e, ao mesmo tempo, estruturam, mesmo que, num belo dia, se despeçam de nós porque - como diz o ditado - "já deram o que tinham a dar".

Resumindo: tenho de ir jantar contigo (e com a tua cara-metade, claro!), que estas coisas não são para debater neste pequeno espaço, ou os leitores dão-nos um tiro!