terça-feira, 27 de janeiro de 2009

poesia (9)


NATAL DO PEQUENO BURGUÊS ( ou poema da Natal um pouco atrasado ou blasfémia ou sacaneira ou infâmia ou graça imensa- talvez esta...)

- Se eu ganhar a propina que eu suponho
não terei a angústia do Natal.
Acenderei charutos com cruzeiros
(uma vez por ano não faz mal).

- E a mulher do Chagas será minha
enquanto ele vomita no quintal.

Cristandade.

Clóvis Moura in Violão de Rua - Vol. II.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1962


apanhado aqui

2 comentários:

Mário disse...

Fantasia.
Sonho.
Projecto.
Realidade.

Em que "nível" estavas quando escolheste este poema, Miguel?

PS. só por curiosidade, para variar do Freeport...

Huckleberry Friend disse...

Delicioso, Miguel. Um grande abraço!