quarta-feira, 18 de junho de 2008

a escola real (IX)


O sol ilumina agora aquela árvore, verdíssima, que posso ver para lá das molduras em PVC, também elas verdes, que suportam as vidraças sobre cuja transparência me dou ao luxo quase pela primeira vez, este ano, de reflectir.

O sol ilumina a árvore, sim , mas interessa-me mais a metáfora desta iluminação; como metáfora é dizer que o sol ilumina os rostos, outrora tensos, outrora provocadores, do João e da Joana mas também do Tóni e da Indira Ghandi ( assim mesmo, no B.I.).

E hoje descobri sem esforço a estética inerente à simulação quase perfeita com que o Wilson se tem vindo a transformar em Lenny Kravitz; quer dizer, ele descobriu a descoberta que fiz e a cumplicidade entre nós escorreu com a facilidade que devia acontecer todos os dias.

Os sorrisos andam por ali, na versão menos forçada, isto é, naquela outra em tudo diferente da sorriso, versão do desencanto, ou da ironia ou até do cinismo que tem em si o timbre da precocidade.

Pudera.

As aulas acabaram por este ano, e a trégua – o desiderato essencial da nossa curta viagem – instalou-se para ficar, apenas enquanto a escola se vai esvaziando e as nuvens do Outono não se fizerem ouvir de novo.

5 comentários:

Anónimo disse...

The nice thing with this blog is, its very awsome when it comes to there topic.

Huckleberry Friend disse...

E ainda há quem lhe chame silly season... sabe cada vez melhor ter-te de volta, Miguel. Um abraço!

Pedro disse...

Então boas férias!

miguel disse...

POIS OBRIGADO.MAS,CLARO,AINDA NÃO ESTOU EM FÉRIAS.

Mário disse...

Ai que vontade de agarrar num "livro e não o ler!" - bom, não será exactamente assim que o grande Pessoa escreveu, mas a vontade de tecer comentários ao chamado "sistema educativo" é tão grande que, se não me agarrasses, Miguel, tinhas aqui quinhentos mil bytes de verborreia (ou escritorreia).

Mas só te digo (por enquanto) uma coisa: se os profes e os mines continuarem mais um ano a gastarem as energias, o tempo, o dinheiro e a credibilidade a debater "a avaliação", porra para eles todos...

E não se pode implodir a Educação em Portugal? Já estou como os anarquistas: o mundo0 só será livre quando o último dos professores for enforcado nas tripas do último ministro da Educação... não será tanto (não chamem já o SIS nem os homens da bata branca) mas quase...