sábado, 7 de fevereiro de 2009

CRISE


Luís Cabral é um economista, irmão de um amigo meu, que vive em Nova Iorque e é professor numa das Universidades locais. De perfil discreto, do tipo " desengravatado", toca saxofone e pinta, nos tempos livres. No entanto, cada vez que vem a Portugal, é convidado a dar a sua opinião sobre Economia em fóruns e programas de TV. Um tipo ouvido e respeitado, portanto. Por esse facto, transcrevo uma das últimas entradas do seu blogue a modos como " água na fervura" desta crise que nos traz, a todos, confusos e preocupados.


No momento em que as economias mundiais atravessam um momento de crise, convém não esquecer que a história da macroeconomia se pode resumir em duas palavras: crescimento e flutuações. Mesmo considerando a grande crise de 29, a tendência de crescimento no longo prazo sobrepõe-se às maiores ou menores variações cíclicas.

É verdade que a intervenção governamental ajuda a combater o nível das flutuações. Mas não confundamos política de estabilização com a destruição dos pilares da economia de mercado, o principal responsável pelo crescimento sustentado dos últimos séculos.

(O gráfico acima representa o PNB dos EU desde 1870 até 2004, em escala semi-logarítmica. Fonte: Chad Jones.)

1 comentário:

Mário disse...

O sistema capitalista é assim. Alguns empresários e patrões ganham fortunas (que não re-investem, pelo menos parcialmente) nas empresas, e chulam o Estado até ao sabugo.
Quando a coisa corre mal, ai Jesus, o Estado que intervenha, e os trabalhadores que vão para o olho da rua.
Os Mercedes e BMWs continuam a circular, há algumas queixas sobre o preço da gasolina mas pelo contrário as empregadas ucranianas estão mais baratas, e a Quinta da Marinha continua a ser um ambiente seleccionado.

E os partidos continuam a pensar que o tempo das ideologias já passou...